A cadeira verde
Nada é de graça,
A não ser a graça,
Na qual nem sempre estive.
As mulheres bordavam frutas e flores
E teciam frivolitê.
Eu não sou mais desse tempo,
E o que em qualquer tempo faz pena
É uma casa sem bordados, sem plantas, sem zelo...
A brutalidade me bane para lugares tão distantes,
Que só anos-luz pra medir!...
Chego lá desarvorada.
A Força que não se recusa me banha
E eu volto fortalecida, renovada,
Iluminada!
Eu não sou ouro maciço,
Sou só banhada...
Quando me gastam,
Fico mareada.
Aí, eu volto novamente à Força,
Que me fotalece, renova e ilumina!
Na hora em que sumo
É que somo mais palmos
Para a minha única vida!...
Ascese - outro modo de se fugir em maior carreira
Para o rochedo mais alto
Na hora da enchente...
Bombas de napalm queimaram as criancinhas
E Deus viu,
Mas a mulher não creu em Deus.
A mulher não viu a anestesia
Com que Deus protegeu as criancinhas,
Porque só meia visão foi dada aos humanos...
— “Cadeirinha de balanço
Ou paradinha,
Qual que a senhora quer pr´a menina?
Tem rosa, azul e verde.
Qual que a senhora acha mais bonitinha?”
—Eu queria uma cadeirinha de vime, moço!
Mas as suas são tão bonitinhas!...
Fico com a verde!
Sim, fiquei com a verde.
Já me acostumei a ficar com a Esperança!...