Amor castigado
Matei minha flor sem água, mas ela renasceu
enquanto o vento frio secava as cortinas da janela da sala,
meu violão lembrava os acordes do seu amor,
escondidos embaixo do travesseiro de fronhas rasgadas
os solos da água pingando do teto,
o teto chorando desespero de ideias curtas,
teu toque é tão doce, tão suave,
que vou colocar minha cadeira perto de ti
meu beijo lambuzou seu ombro,
repeliu-se o sangue da veia ardida
os passos nervosos dentro das poças,
a solidão contempla o passado, cheio de beleza petrificada
a viagem para o sol foi adiada,
a estrada dos sonâmbulos apagada
a cama dura que machuca as costelas secas
resmunga saudade nos cobertores peludos
sapatos dançaram a beira do leito
convidando-o para dançar
o baile elevando os sentidos de felicidade
uniu-se ao passado,
revelando a incessante necessidade
deste amor castigado..