Amor castigado

Matei minha flor sem água, mas ela renasceu

enquanto o vento frio secava as cortinas da janela da sala,

meu violão lembrava os acordes do seu amor,

escondidos embaixo do travesseiro de fronhas rasgadas

os solos da água pingando do teto,

o teto chorando desespero de ideias curtas,

teu toque é tão doce, tão suave,

que vou colocar minha cadeira perto de ti

meu beijo lambuzou seu ombro,

repeliu-se o sangue da veia ardida

os passos nervosos dentro das poças,

a solidão contempla o passado, cheio de beleza petrificada

a viagem para o sol foi adiada,

a estrada dos sonâmbulos apagada

a cama dura que machuca as costelas secas

resmunga saudade nos cobertores peludos

sapatos dançaram a beira do leito

convidando-o para dançar

o baile elevando os sentidos de felicidade

uniu-se ao passado,

revelando a incessante necessidade

deste amor castigado..

rdeorristt
Enviado por rdeorristt em 24/09/2013
Código do texto: T4496671
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