Sem guarda

Meu anjo da guarda fugiu

E ainda procuro o motivo que o afligiu

A razão, o que o fez partir desse navio

Sem se despedir ou avisar-me que estava frio

Ou se errei uma vez, ou dez, ou mil.

Mas será

que ele não foi puxado a força?

Será que mesmo sendo forte não se debruçou em uma forca?

Será que por mais que isso seja impossível

Ele tenha mudado esse conceito, ou ficado invisível?

Mas sei que não o sinto mais

Sei que pode ser estranho, mas não me sinto mais o mesmo capaz

De fazer, mover, escolher, nem obedecer

Quanto mais dar um passo a frente, quanto mais morrer.

E se for mesmo dessa forma, é agonizante

Eu me via num sala fechada nesse instante.

Mas talvez ela tenha ido embora por um simples motivo

Por eu já ter uma alma experiente,

Ou um coração vivo.