Quanta força há na tua escuridão . . .
        Quantos olhos de fera ,
        maestros dos ossos ,
        coreografam meus poemas
        . . .  meus outonos de desespero . . .
 
Quantas lâminas em punho
dominam-me
até o último erguer dos pulsos ! 
 
- . . . Não basta ser-te resignada ?
Precisas beber-me os pensamentos ?
        Não vês ?
        A tua fúria esgueira-se em meus muros !
        Teu inverno impera cravado na medula !  
 
Minha alma agreste
deleita-se na porosidade das pétalas . . .
Faz-me curvar a carne , soluçar minhas solidões ,
a ora , seu universo
 
Soberana de mim ,
triunfante do alto de sua invernia ,

segue o instinto  -  seu culto sobre a presa  -
talhando-me a boca ,
                                          sangue e versos . . .
 

 

 

 
Ao dom de:



 
Denise Matos

 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 23/09/2013
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