Imagem exata

Fiz uma casa na serra

No lugar mais alto do morro

Onde não há poeira nem terra

O lajeiro será meu forro.

De lá terei a imagem exata

Dos novos desmatamentos

Da morte precoce das matas

Sem defesa no momento.

Verei máquinas riscando o chão

Outras semeando calcário e adubo

Para uma possível plantação

Lá para o mês de outubro.

Fico triste com o que vejo

Já não sei o que fazer

Com essa ganância e desejo

De somente soja colher.

Ouço pio da juriti

Sentindo a falta de berço

Sem um lugar pra dormir

Pois das arvores não resta um terço.

Até a cacimba que me dava água

Infelizmente secou

Fiquei estressado com mágoa

Nem meu olho lacrimejou.

Sofre grande sofre pequeno

O fato é grave e preocupante

Além disso, passam veneno

Muito mais do que era antes.

Francisco Assis é poeta e Bombeiro militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 23/09/2013
Código do texto: T4494712
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