Imagem exata
Fiz uma casa na serra
No lugar mais alto do morro
Onde não há poeira nem terra
O lajeiro será meu forro.
De lá terei a imagem exata
Dos novos desmatamentos
Da morte precoce das matas
Sem defesa no momento.
Verei máquinas riscando o chão
Outras semeando calcário e adubo
Para uma possível plantação
Lá para o mês de outubro.
Fico triste com o que vejo
Já não sei o que fazer
Com essa ganância e desejo
De somente soja colher.
Ouço pio da juriti
Sentindo a falta de berço
Sem um lugar pra dormir
Pois das arvores não resta um terço.
Até a cacimba que me dava água
Infelizmente secou
Fiquei estressado com mágoa
Nem meu olho lacrimejou.
Sofre grande sofre pequeno
O fato é grave e preocupante
Além disso, passam veneno
Muito mais do que era antes.
Francisco Assis é poeta e Bombeiro militar
Email: assislike1@hotmail.com