Estações

Trocou-se mais uma estação:

O trem andou...

E as flores ainda não abriram

Trocou-se a estação

Saltei...andei um pouco

Voltei para o trem novamente

Trocou-se a estação

O vento frio cortou-me a boca

O vento frio calou-me a boca

Não pude parar

O perfume, não senti

O trem foi veloz

Trocou-se mais uma vez de estação

Passei entre os vagões

E não achei um lugar que fosse meu

Não encontrei, ocuparam o meu lugar

Ou talvez não fosse meu!

E o vento ressecou-me a pele

Veio tão frio que resfriou o meu peito

Tão frio que sangrou-me a alma

Eu queria apitar

Pedia para parar...

O trem não parava, não podia, não devia

A fé falava baixinho no meu ouvido gelado

“ Você ainda encontrará um lugar”

Que angústia esperar

Que angústia não ter um lugar

Ver o “teu” lugar ocupado

E mais uma estação vem se aproximando...

Pronta para continuar?