A,E,I,O,U DA SOLIDÃO
A solidão quando ataca
É uma arma que mata.
A vida pára, empaca,
A tristeza se instala.
Nessas horas de embate
É como um chicote que bate,
Que fere fundo, que arde,
Que se adona, que invade.
Melancólico, sem sorri
A vida passa e eu aqui
Acovardado sem ti,
Esqueço o que já vivi.
Só penso em ficar só,
Imóvel, garganta em nó,
Aprisionado sem dó,
A alma pesada, sem sol.
Solidão de peito nu,
Escura como o anu,
Carniceira igual urubu,
Mortífera jararacuçu.