O Grande Circular
Numa madrugada qualquer
Ele aparece por lá
No ponto de ônibus
O grande circular.
Na noite,
No dia,
Na madrugada
Cortando a rua,
Lambendo o asfalto
Como navalha.
Navalha essa,
Que corta o véu
O céu,
De uma Fortaleza.
Fortaleza da praia.
Do forró, e do baião.
Mas no meio disso tudo,
Tudo
Se quebra.
E não importa mais o céu de Fortaleza,
Tampouco a praia, ou o baião.
Somente os pensamentos que martelam
A alma e o coração.
A mente,
Mente.
E diz estar tudo bem.
De mentir,
Fingir acreditar.
Acaba por sentir.
Ouvindo o ronco do motor,
Às quatro da manhã
No grande circular.