Ensaio sobre o vicio.
Eu nego, eu minto.
Eu faço e desfaço.
Sente o que eu sinto?
Um vazio, um espaço.
É frio, é solitário.
Mas é meu.
Pago com meu salário.
Me traz o que você perdeu.
É singular.
É um êxtase dolorido.
É vulgar.
Me rouba de mim como um bandido.
Felicidade embalada numa noite.
Boca amargando de manhã, um açoite.
Não me faz bem, nem mal.
Nem melhor, nem pior.
Me faz eu, me faz banal, me faz mortal.
Minha dose diaria do que não posso ter.
Anestesiado é mais facil de viver.
Não minto, eu esqueço.
Mais um tropeço.
Me dá meu copo?
Preciso me entender.