ABSURDEZ
Naquele céu imaginário
De tantos sonhos
De tantas asas
Naquela estrela inalcançável
Plenamente lua
Na mesma cheia noite
Aquele temporal de têmpera
Vazando do arco- íris para o sofá
Aquele anjo narciso
Olhando para o lago imóvel
Sorrindo para o seu bigode de nuvem
Aquele poeta sentado
Na linha do seu caderno
Enquanto a ponta do lápis
Não passa por ali
Culminando vogais quebradiças
Aquele medo do escuro
Latindo ao relento
Aqueles enigmas
De Sherlock atrás da porta
Fazendo vento na cortina
Aquele silêncio de cera no ouvido
Espantando grilos insones
E eu aqui mergulhado na incoerência
De meus pensamentos de catapora
Inventando absurdos
Com minha bermuda de triangulo
Andando em círculos...