SECANDO A FRONHA
Na umidade da fronha
Recolhe suas lágrimas
Houvesse uma mágica
Tempo voltasse atrás
Decerto não choraria mais
Debaixo do cobertor
Só encontra a frieza
Ao invés do pão e café
Tristeza posta à mesa
Dor que não dá paz
No espelho olhar pálido
Um sorriso sem jeito
Esfrega um sabonete
Como se ele pudesse
Limpar suas feridas
No acordar solitária
Sente-se cortada,
A sangria de um parto,
Uma mulher vazia
Sem um companheiro
Alma nua e despida
Tenta se encorajar
Vasculha o guarda-roupas
Nenhum vestido lhe serve
Todas tem um pedaço dele
Deixe estar...
Melhor mesmo acabar
Despe o travesseiro
Fronha no varal a secar
A esperar o próximo