SECANDO A FRONHA

Na umidade da fronha

Recolhe suas lágrimas

Houvesse uma mágica

Tempo voltasse atrás

Decerto não choraria mais

Debaixo do cobertor

Só encontra a frieza

Ao invés do pão e café

Tristeza posta à mesa

Dor que não dá paz

No espelho olhar pálido

Um sorriso sem jeito

Esfrega um sabonete

Como se ele pudesse

Limpar suas feridas

No acordar solitária

Sente-se cortada,

A sangria de um parto,

Uma mulher vazia

Sem um companheiro

Alma nua e despida

Tenta se encorajar

Vasculha o guarda-roupas

Nenhum vestido lhe serve

Todas tem um pedaço dele

Deixe estar...

Melhor mesmo acabar

Despe o travesseiro

Fronha no varal a secar

A esperar o próximo

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 20/09/2013
Código do texto: T4490729
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.