Ondas e Marés
Agigantas-te em alva espuma
Quando açoitas o inerte rochedo…
Em ondas e marés de bruma…
Navego, nas tuas marés de mar-alto
Em vagas atrevidas e sem medo…
De pés na calçada luto contra o tempo
E em passos silenciosos avultam-se sonhos.
São remansos de uma vida reflectidos
Enquanto o acelerar dos passos é mais veloz
E nos pensamentos, slides pertinentes
Projectados enquanto a vista corre.
E a voz do vento, traz um doce acenar
E o arremessar de um beijo terno
Que chega até mim em forma de elixir…
Espraio a onda que vem de mim
Neste compassado silêncio…
Nesta corrida contra o tempo…
Esse tempo que avança algoz
Apenas interrompido por instantes
Num pouso da ave muito suave
Nesta paisagem, da Figueira da Foz.
Cecília Rodrigues
Buarcos _ F. Foz_ Abril_07