A morte
Ela sussurrava algo.
Talvez estivesse chamando alguém, não sei.
Mas, tenho certeza. Era ela.
De preto, com a foice em mãos.
Eu a vi, ao longe, meio distraída.
Acho que estava sonhando.
Parece surreal, mas não era.
Lá estava ela, pronta pra executar o que lhe era destinado
Não sei, isto aqui não seria um poema?
Fui fundo, aproximei-me dela
Ela levantara o rosto, com o corpo em seus braços
E olhara DIRETAMENTE para mim.
Estava calma, e não via nada em seu olhar
Então, para minha surpresa, esboçou um sorriso
Um sorriso penalizado
Talvez, um pedido de desculpas
Ela me parecera cruel naquele instante
As lágrimas já tinham secado desde que a vi
Naquele momento, eu estava com muita raiva
E ela retribuia-me com aquele sorriso
Aquele sorriso melancólico, cujo significado
Era difícil de entender.
Ela me tirou uma pessoa.
Que significou o mundo pra mim.
Eu a olhei mais uma vez
Olhei pro corpo
E, novamente a vi, junto a ele
E mais uma vez, a confrontei.
Confrontei, a MORTE.