RAFAEL E ROSA

Quando a magia entrou pelas frestas

da sala de aula, encontrou-a menina,

com ar de aprendiz, envolta em sonhos,

carteiras, quadro negro e pó de giz.

Quando a magia estancou diante dele,

no fundo da sala, encontrou-o adulto,

com ar de mestre, envolvido naquele

solene laço, desprovido de indulto.

Quando a magia insistiu quieta por anos,

tangida por longos e teimosos intervalos,

não mais havia sala. Outros planos,

outros laços, faziam da vida um regalo.

Quando a magia venceu o desengano,

meneou paciente os fardos das diferenças,

profanou o santo e santificou o profano,

costurou corpos, almas e crenças.

Quando a magia encontra o bafo do mal,

espreitada por suspeita horda indefinida,

eles riem e continuam de modo banal.

Fecham as taramelas do centro da vida

contorcem-se em dores, mas saram a ferida.

Eterna nos seus corações é essa magia.

JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS
Enviado por JOSE ALBERTO LEANDRO DOS SANTOS em 19/09/2013
Reeditado em 19/04/2017
Código do texto: T4488478
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