O Náufrago ou Ocêano Interior Irado

Ele pedia por fôlego

O frio não era mais real

O medo não fazia mais sentido; era um aliado

As pernas cansadas eram sua redenção

Mas ele rezava baixinho

Pedindo por fôlego

Para voltar e depois

Em terra firme doar-se ao luxo

De rir do seu desespero de antes

Como se seu desespero

Nunca tivesse existido.

Sim, fôlego, para não se afogar, para ganhar tempo;

Para aprender as braçadas necessárias

Até a margem do mar onde estava

Onde tudo não passava de probabilidades,

Certezas não existiam

E dúvidas eram suas melhores companhias

O resumo da vida na qual uma pedra estilhaça o vidro

E passa a fazer companhia aos cacos

R A Ribeiro
Enviado por R A Ribeiro em 18/09/2013
Reeditado em 18/09/2013
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