O Náufrago ou Ocêano Interior Irado
Ele pedia por fôlego
O frio não era mais real
O medo não fazia mais sentido; era um aliado
As pernas cansadas eram sua redenção
Mas ele rezava baixinho
Pedindo por fôlego
Para voltar e depois
Em terra firme doar-se ao luxo
De rir do seu desespero de antes
Como se seu desespero
Nunca tivesse existido.
Sim, fôlego, para não se afogar, para ganhar tempo;
Para aprender as braçadas necessárias
Até a margem do mar onde estava
Onde tudo não passava de probabilidades,
Certezas não existiam
E dúvidas eram suas melhores companhias
O resumo da vida na qual uma pedra estilhaça o vidro
E passa a fazer companhia aos cacos