RINHA DA VIDA
Dentro de cada mente
mora um anjo calado,
de asas feridas
e voo abortado,
que voando torto
busca em cada ser,
o segredo e insiste
em não ser perturbado.
Cada verso é um grito
e em cada poema,
há um punhal que adentra
e sangra sem jeito,
um silêncio que habita
um velho teorema,
o mistério que ostenta
o coração no peito.
A canção é uma faca
e corta tão profundo,
que só cicatriza ao
som da nossa voz,
sangrando a harmonia
dissonando o mundo,
despertando a maldade
que há dentro de nós.
Fica o mal e o bem
entre o azar e a sorte,
escondendo a discórdia
posto que seja proibida,
no ringue de frente
pra linha de morte,
na disputa acirrada
da rinha da vida.
Saulo Campos _ Itabira MG