Vento amargo
Que sempre traz um recado dela
Cochicha ao pé do meu ouvido
Sabe dos meus dias sofridos
É só nela que sei pensar.
Guardo seus beijos ardentes
Sua forma de me desejar
Ela é a luz da minha lente
O horizonte que convive
Um anjo que voa livre
A andorinha em alto mar.
Imaginei ser o seu porto
Aquele sol de todo dia
Mas de saudade estou quase morto
E da solidão sou a fatia.
Já não sei definir o silêncio
Choro pelos cantos escondido
Feito um edifício demolido
Só cacos restam de mim
Foi você que me deixou assim
Enfim.
Quando começo a me levantar
O vento chega novamente
Enche meu pulmão de ar
Excita os neurônios da mente
E faz do seu cheiro lembrar
Caio como inimigo alvejado
Não vejo você do meu lado
Só a saudade em seu lugar.
Ela me faz sempre de escravo
Deixa no tronco amarrado
Bate sem dosar limites
Estou ferido acredite
Pela chibata do tempo.
Minhas horas têm sido assim
Parecendo uma eternidade
Tenho que me resumir ao vento
E encontrar um novo amor
Antes que venha cair
E possa perder o valor
Num vendaval violento.
Francisco Assis é poeta e Bombeiro militar
Email: assislike1@hotmail.com