Vento amargo

Que sempre traz um recado dela

Cochicha ao pé do meu ouvido

Sabe dos meus dias sofridos

É só nela que sei pensar.

Guardo seus beijos ardentes

Sua forma de me desejar

Ela é a luz da minha lente

O horizonte que convive

Um anjo que voa livre

A andorinha em alto mar.

Imaginei ser o seu porto

Aquele sol de todo dia

Mas de saudade estou quase morto

E da solidão sou a fatia.

Já não sei definir o silêncio

Choro pelos cantos escondido

Feito um edifício demolido

Só cacos restam de mim

Foi você que me deixou assim

Enfim.

Quando começo a me levantar

O vento chega novamente

Enche meu pulmão de ar

Excita os neurônios da mente

E faz do seu cheiro lembrar

Caio como inimigo alvejado

Não vejo você do meu lado

Só a saudade em seu lugar.

Ela me faz sempre de escravo

Deixa no tronco amarrado

Bate sem dosar limites

Estou ferido acredite

Pela chibata do tempo.

Minhas horas têm sido assim

Parecendo uma eternidade

Tenho que me resumir ao vento

E encontrar um novo amor

Antes que venha cair

E possa perder o valor

Num vendaval violento.

Francisco Assis é poeta e Bombeiro militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 18/09/2013
Código do texto: T4486877
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