Teu dever
Cabe a ti
Amansar-me a dor
Pois sabes ventar calmaria
Ao trazeres-me de volta
A dor que vendi
E a esquecida alegria
Entregue a batota
Cabe a ti
Amestrar-me a viver
Mais pela vida do que por mim
Sem definição de preços
E ofertas de prazer
Que me assenhoreavam dono do beco
Cabe a ti
Esse espaço em minha testa
Para faleceres tua mão
Em resposta as vezes que menti
Escondido do sermão
E agasalhado em descartáveis festas
Cabe a ti
Podar-me dessas tendências
Filtrar-me dessas fraquezas
Enquanto ainda me tens aqui
Desamparado dessas asas
Que só me abonaram voos de ausências
Cabe a ti
Trocar-me esse sangue esquentado
Nas incoerências da juventude
Queimado por folhas que não li
Quando sonhava ser o teu lado
Nesse sonho que ainda sonhas com saudade