Teu dever

Cabe a ti

Amansar-me a dor

Pois sabes ventar calmaria

Ao trazeres-me de volta

A dor que vendi

E a esquecida alegria

Entregue a batota

Cabe a ti

Amestrar-me a viver

Mais pela vida do que por mim

Sem definição de preços

E ofertas de prazer

Que me assenhoreavam dono do beco

Cabe a ti

Esse espaço em minha testa

Para faleceres tua mão

Em resposta as vezes que menti

Escondido do sermão

E agasalhado em descartáveis festas

Cabe a ti

Podar-me dessas tendências

Filtrar-me dessas fraquezas

Enquanto ainda me tens aqui

Desamparado dessas asas

Que só me abonaram voos de ausências

Cabe a ti

Trocar-me esse sangue esquentado

Nas incoerências da juventude

Queimado por folhas que não li

Quando sonhava ser o teu lado

Nesse sonho que ainda sonhas com saudade

Odibar João Lampeão
Enviado por Odibar João Lampeão em 18/09/2013
Código do texto: T4486685
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