Coisas que invejo
Coisas que invejo
O sossego dos simples, uma sombra mineira, um cigarro de palha
O carinho de mãe no gesto do perdão eterno, na aceitação do erro
A esperança de amar o amor impossível, com o ídolo da banda no coração
A aceitação incondicional de amor ao clube querido e rebaixado
O sorriso do catador de lixo no seu “bom dia doutor”, desarmando-me
Os cânticos de fé da hora do almoço nos canteiros de obra que passo
A maquiagem exagerada da feia-linda que vive feliz como faxineira do hotel
Os mais alegres dos tristes enfermos em hospitais abandonados...
A preguiça dos felinos bem alimentados e o mastigar eterno das vaquinhas
Os olhos intrigantes das corujas e o passo descompassado da girafa meio bêbada
O eterno balançar nos rabos dos cães de rua farejando comida e doando atenção
Passarinhos que voam tão simples, com coração tão rápido, por vocação divina
A velha baiana que amassa o camarão para dar sabor ao vatapá perfeito
Quem inventou o Caruru? Era um doido ou gênio desconhecido da humanidade?
Os homens que acreditam na cura, mesmo as mais impossíveis, na pura fé
Os que amam sofrendo e os que sofrem amando por simplesmente amar
E por final a sua boa vontade de ler esses pensamentos que escrevo sem direção
Admiro por demais!
Obrigado!