Coisas que invejo

Coisas que invejo

O sossego dos simples, uma sombra mineira, um cigarro de palha

O carinho de mãe no gesto do perdão eterno, na aceitação do erro

A esperança de amar o amor impossível, com o ídolo da banda no coração

A aceitação incondicional de amor ao clube querido e rebaixado

O sorriso do catador de lixo no seu “bom dia doutor”, desarmando-me

Os cânticos de fé da hora do almoço nos canteiros de obra que passo

A maquiagem exagerada da feia-linda que vive feliz como faxineira do hotel

Os mais alegres dos tristes enfermos em hospitais abandonados...

A preguiça dos felinos bem alimentados e o mastigar eterno das vaquinhas

Os olhos intrigantes das corujas e o passo descompassado da girafa meio bêbada

O eterno balançar nos rabos dos cães de rua farejando comida e doando atenção

Passarinhos que voam tão simples, com coração tão rápido, por vocação divina

A velha baiana que amassa o camarão para dar sabor ao vatapá perfeito

Quem inventou o Caruru? Era um doido ou gênio desconhecido da humanidade?

Os homens que acreditam na cura, mesmo as mais impossíveis, na pura fé

Os que amam sofrendo e os que sofrem amando por simplesmente amar

E por final a sua boa vontade de ler esses pensamentos que escrevo sem direção

Admiro por demais!

Obrigado!

Roberto Solano
Enviado por Roberto Solano em 17/09/2013
Reeditado em 17/09/2013
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