[Magro tempo]
[Não falo de qualquer tempo,
mas sim, deste tempo ruim
em que eu, um ser sem deus,
sem nenhuma capacidade de remorsos,
me sei um nada, total ausência de infinitos,
um tempo em que eu descubro
um inimigo em cada pessoa,
o tempo de experienciar a sangrenta
sensação de matar à faca, cortando
lentamente em pedaços...
Eia, Jack rides again!]
No tempo certo, nova semente
com esperança será lançada,
mas a face encarquilhada,
onde rola a derradeira lágrima
não mais se recorda do Novo,
pois a vida — essa loucura a toda brida —
é faminta, mas não vive do Velho!
________________________
[Desterro, 8 de setembro de 2013]