ENCONTRO ÍNTIMO
Foi naquele momento
em que tudo estava frio.
Esperávamos, eu e meu menino,
que chegasses.
Nem contávamos o vento,
nem a tarde, nem o rio.
Na igreja apenas o sino
badalava, badalava.
Talvez usasses
o que restou do unguento
aquecido no velho pote
onde havíamos guardado
nossas intimidades.
Talvez nem lembrasses
das inúteis verdades
retidas no quarto apertado
a que nos impusemos.
Talvez nem viesses.
Pela janela espiei quem passava.
Tua chegada estranhou-me o decote.
Da igreja ouviam-se as preces
dos fiéis. De mim, apenas ouvia
meu coração. Nem mais o rio, nem o frio
e nem haveria o canto da cotovia.
Foi naquele momento
em que tudo estava frio.
Esperávamos, eu e meu menino,
que chegasses.
Nem contávamos o vento,
nem a tarde, nem o rio.
Na igreja apenas o sino
badalava, badalava.
Talvez usasses
o que restou do unguento
aquecido no velho pote
onde havíamos guardado
nossas intimidades.
Talvez nem lembrasses
das inúteis verdades
retidas no quarto apertado
a que nos impusemos.
Talvez nem viesses.
Pela janela espiei quem passava.
Tua chegada estranhou-me o decote.
Da igreja ouviam-se as preces
dos fiéis. De mim, apenas ouvia
meu coração. Nem mais o rio, nem o frio
e nem haveria o canto da cotovia.