A PRAÇA

A praça. A velha praça.

A esplanada da minha infância.

Ela me é hostil. Acho que não me reconhece.

A branca praça. Com seus bancos frios de concreto.

Ela me ameaça. Acho que não sou mais criança.

Fico mudo em meio ao esplendor do orvalho da manhã.

Ainda porejam o cimento, a grama, o aço das gangorras e do escorregador.

As velhas casas ao redor não fugiram.

Algumas cresceram: têm dois, três andares.

Outras enverdeceram. Dão um tom de estranheza

Sento-me em silêncio.

Estou bem agasalhado e sou dono do meu tempo.

Ninguém me vê. Nem as babás, nem os bebês,

com seus gritos sufocados.

E a praça não tarda a me esquecer.

Enviado por Jimii em 12/01/2007