Abriu-se o tempo...

O que eu disse era verdade... Nem um passo... Nenhum passo.

Abriu-se o tempo, não se corre contra o espaço...Lançadas as cartas... O vento soprou, como um dia claro de verão.

Não havia laços, nem pedras no chão. Havia vezes...

O livro, nas mãos, desliza ao soluçar do sono... Encosta-se no peito que pulsa... Vias não são mais duas.

Cria-se a vida, em passos dados, dados e atos...

Percorri a linha... Escorri feito o livro que cai das mãos ao solo.

Sorrio ao construir versos... Não guardo salivas, nem folhas secas...

O resto era resto de algum passado ou de alguém... Abriu-se o tempo... Basta olhar pela janela...

Não estou mais ali... Abriu-se o tempo... Ontem, dei todas as asas ao vento...

22:52