BAILARINA

Gosto de deslizar na palavra

Feito bailarina embriagada

Quando sou um verbo sem tempos

Imperfeita e intransitável

Desobedecendo as leis

Do meu próprio contexto.

Nem me preocupo em compor-me

Rima decifrável

Apenas rodopio ,idéias misturadas

Multifacetadas

De mim.

De braços abertos e ponta dos pés

Espio pelas janelas do meu eu

Sobrecarregados de reticências

Que sugerem rios, pássaros e borboletas

Lindos

Grafitagens de Deus.

Mas

Quando meu delírio tropeça

Em alguma vírgula mal colocada

E a lucidez desaba

Sobre a bailarina em êxtase

Eu choro

E volto novamente

Ao vazio do parágrafo.

Quitéria Régia
Enviado por Quitéria Régia em 14/09/2013
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