Supernova
Eu tiro meu crachá de bom homem
Esqueço pelo momento necessário
O corte que impede minha mão de escrever
E deixo-me perder no espaço ingenuamente gélido e infinito,
Que fica entre a vida que sonhei
E a vida que tenho
Um ruído do lado de fora
Me pergunta se o medo da morte é sensato
As luzes me perguntam se envelhecer sozinho é sensato
E o escuro me responde que alguma coisa morreu dentro de mim
À espera de uma supernova
Se o tempo passa devagar, não me afeto
Também não torço pra que passe depressa
Então o ruído lá fora volta de chofre
E me diz que isso é morrer em vida
Eu tiro meu crachá de bom homem
Ciente de que nessa vida de versos tensos
Meu coração por pouco não parou de bater em episódios covardes
Mas ciente de que tive meus refrões de loucura
Nos quais cantei
Verdadeiramente
Amor.