Ponto de equilíbrio
Arfantemente
Persigo em busca do meu ponto de equilíbrio,
Do que me faça entre o céu e o chão
O que, se não rasteja, alça vôo ou outro senão.
Loucamente
Ando atrás do meu ponto de equilíbrio,
Do que me faça léu e creu, começo e meio,
Ou, ao menos, ao que se poste entre o bonito e o feio.
Desesperadamente
Preciso logo de algum ponto de equilíbrio,
Que me permita achar a linha entre fé e razão,
E que me mostre um deus humano que se endiabre em anunciação.
Angustiantemente
Espero alcançar o meu ponto de equilíbrio,
Que me faça inteiro entre a vida e a morte
E que transforme minhas desgraças cotidianas em clara sorte.
Insanamente
Desejo ver mais perto um ponto de equilíbrio
De onde os meus eus mais acessíveis
Transpareçam e se coloquem mais visíveis.
Estranhamente
Quero que venha logo o meu ponto de equilíbrio
Ainda que este se avizinhe a algum extremo meu
E funda minhas clarezas em retinto e infindo breu.