No tom da viola
NO TOM DA VIOLA
Dei um tom na viola
Sentada no banco da varanda
O cheiro do mato veio com o vento
E da garganta saiu um canto...
Cantei o nascimento
Cantei a alegria
Cantei o sol
Cantei a lua
E da garganta saiu um grito...
Um grito de liberdade
Um grito de felicidade
Um grito de esperança
Um grito de criança
E da garganta saiu um pranto...
Um pranto de dor
Um pranto que o vento não trás
Um pranto que engole o canto
Um pranto que cala a viola
E da garganta não sai mais nada...
Na varanda o banco vazio
A viola sem tom nenhum
O vento sopra sem cheiro
O vento sopra tão frio...
Dei o tom na viola
Sentada no banco da varanda
Senti o cheiro do vento
E da garganta saiu um canto
O canto que cantei a vida...