RECICLANDO
RECICLANDO
Os poetas não voltam!
Não
nem deixem suas janelas abertas...
Porque eles moram em uma única poesia
Leiam-na então
como quem aspira
Bebam a alma liquida do poeta
Que ali por necessidade se entornou
E sentirão por certo
O gosto da lágrima
que despreocupado
no papel chorou
Cutuquem as almas
com sorrisos cor de irreverência
Sorvam a alegria do poeta
Estendida sobre o poema
em plena crise de abstinência
Escrever,
lhe é um vício incontrolável
Ah poeta, o quanto és vulnerável
O desespero,e a sensação de morte iminente
Apossa-se de ti
por fatos tão inconsistentes!
Mas...
quando enxergas qualquer resquício de brilho
do sol, da lua, do amor
Ou até da tua imaginação
Tens mais que sete vidas poeta...
E renasces em cada composição...
Fechem as janelas então,
porque o poeta não se repete
Nasce quando da primeira linha
Morre no seu último verso
E em cada nova poesia um novo poeta
Modifica o universo!