O MOCHO
Tudo passou, foi em
vão
Nada valeu muito a pena
Minha alma ainda serena
Espera a mutilação
Pois não há nada que se faça
Contra o destino hediondo
Vou em frente
Estou na mira
Mas minha flecha é de ouro
Pois nada do que já fiz
Trazia a intenção de ferir
Mas falhei, sei errei
Como todos no planeta
Mas cada dia estou mais livre
Para voar, ir além
Pois não há nada nem ninguém
Que impeça minha passagem
Para o amplo, o mais profuso
O eu sozinho, o isolado
Mas pelas falhas cometidas
Restou um pequeno detalhe
Escolhi ser borboleta
Vida livre, mas breve, frouxa
Quem sabe na vinda próxima
Um belo pássaro? Um pégaso
Ou já vale um reles mocho