Visões
Eles querem novos olhos,
nós só temos novos medos
E dentre tantos segredos
não há sentido em mentir
Quando viram nos meus olhos
Que poderia ser diferente
Não quiseram mais ser gente
Não quiseram mais ser maus
E eu só tinha alguns versos
Rabiscados em algum canto
Sem vergonha e sem encanto
Puseram-se a declamar
E eu já nada entendia
Não havia sintonia
Tantas visões distorcidas,
Tanto receio nas medidas
Mas então se esqueceu a métrica
Os sentidos e os destinos
Eram apenas presságios...
Seguindo seu próprio curso
Na confusão deste discurso
Sem saber como terminar
Apenas visões distorcidas
Nem caminhos, nem medidas...
Nem verdades, sem saídas...
Uma nova desculpa para escapar