PARA ONDE, RIO
PARA ONDE, RIO
Se nasce, o rio, surge inteiro.
Com ele nascem muitos
fios minerais na superfície,
e nunca deixam sinal do seu início.
Se passo em busca do começo
de um rio nascido na serra,
de um lado paro outro passo
e me perco do rio que descia.
O rio sorri de me ver passar,
me perco alegre de brincar no caminho.
- de ver o que há do lado de lá
dos sorrateiros fios do rio.
Quando salto é uma queda, já poço.
Quando muito, córrego, lagoa.
Quando vejo correnteza
é tanta água que desfila ainda.
Buscar a nascente, seguir para o mar...
Mesmo cristalina as água se furtam,
explicar para tantos fios unidos,
do curso a origem ao se calar.