Memória

desabitada

incorrigível e falsária

pintou horrores

apagou amores

com a sua tinta adúltera

o outro lado do muro

que interromperia

seu tranqüilo sono

sem mais saída

no insustentável chão

moldo-me às pedras encolhidas

recolho-me afastando recordações

aflorando dedos dormentes

tão cheios de medos

de ainda estar aqui

a escrever poesias

em cegos labirintos .

13/04/07

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 13/04/2007
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