Memória
desabitada
incorrigível e falsária
pintou horrores
apagou amores
com a sua tinta adúltera
o outro lado do muro
que interromperia
seu tranqüilo sono
sem mais saída
no insustentável chão
moldo-me às pedras encolhidas
recolho-me afastando recordações
aflorando dedos dormentes
tão cheios de medos
de ainda estar aqui
a escrever poesias
em cegos labirintos .
13/04/07