ÒPIO

Uma teia de vidro criei

nela ruas lapidei

com diamante preciso

nelas perdi o juízo

Fiz rendas no imaginário

tecidas com linhas finas

brancas, castas genuínas

como de bilros se tratassem

Pus amor lá pelo meio

viciei-me em tanta beleza

fiz panos pra por na mesa

de puro linho fininho

Criei pássaros e flores

bordei um universo de cores

tudo feito na perfeição

sempre pela mesma mão

Hoje olho para trás

e desse ópio me livrei

que nele a vista cansei

mas lá deixei muito amor...

Bele Ramos
Enviado por Bele Ramos em 10/09/2013
Reeditado em 13/04/2015
Código do texto: T4475458
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