Do Amor-Irmão
Nem sua voz eu posso ouvir...mas, já ouço o que você não diz
quando quase fala (por um tris) e, com medo, só consegue sorrir.
Talvez, seja seu medo de sentir, o que me faz, assim, tão feliz
porque no fundo eu sempre quis perceber esse seu lindo fingir.
Falamos de um outro amor, pra poder dizer (disfarçadamente)
o que não nos cabe na mente...e, nas palavras, não se pode por :
um "eu te amo" de ator que consegue dizer menos do que sente...
e o da atriz sorridente que sorri pra disfarçar o pavor.
Há algo mais sábio do que nós, que não permite aproximação...
que cinge o cavalo-coração e, então, foge (muito veloz)
do contato, do cheiro, da voz...para a mais distante solidão...
para o deserto de emoção...para um vago Mundo de Oz...
cada qual com os próprios nós que prendem, com segurança, a paixão
para libertar o amor de irmão (que nos declaramos, após).
Roberto.
09-09-2013