Há tempos cogito uma tatuagem
Há tempos cogito uma tatuagem
não um desenho qualquer,
que carece de sentido,
fixando uma mensagem:
duma fase da vida,
morta à posteridade.
Pro poeta tem que ser
uma marca indelével,
um rito de passagem:
uma ferida na carne,
sangrando identidade.
Se tomada a decisão,
pro poeta será como
transcender àquela imagem:
desafiar o tempo,
desenhar a liberdade,
porque pra gravar no corpo
o que sinto na pele,
minha forma de eternidade:
em sentido, poesia,
em marca, tatuagem.