COMETA DA PAIXÃO
 

Dá-me abrigo em teu corpo
Nesta solidão de frio a revelia
Mesmo em volto as lãs
Quero teu corpo férvido em atrito
Risca em nós o cometa loucura
Cai qual meteoro da paixão
Incandesce-te em atrito
Faísca em devaneio abrasador
Em nós rasto de desejo ensandecido
Buscando teus abraços lavas de vulcão
Extinto adormecido em nós vívido ardente
Quero tua boca, em minha boca,
Teu corpo em chama queimando o meu
Num frenesi de lavas borbulhante...
Quero sentir estrondeante fervilhante
Teu cataclismo em profusão...
Tua partícula a derramar
Atmosfera de prazer...
Quero varrer de ti toda solidão,
E me serás como um vulcão
Não mais adormecido...