O Homem e o Mar
Sentado sobre as pedras lá no alto do costão eu apreciava o mar.
Era noite de lua cheia que prateava a tudo até aonde ia o meu olhar
O mar sem o vento torna-se silencioso e eu fico a pensar...
As suas marolas até a meia-praia ele deixa chegar
Mas as traz de volta para o seu leito feito um doce lar.
Lá de cima eu escuto o seu versejar.
Eu cresci aprendendo ao mar respeitar.
Ele seria doce feito sempre canção de ninar.
Mas como na vida existe o movimento para a alma voar.
Assim o mar é um sentimento que muda quando começa a ventar.
O Homem descobriu a música ouvindo o canto do mar.
Alimentou o corpo com os frutos do mar.
Saciou a sede de sua alma com as vagas do mar.
Os lábios num longo beijo juntaram-se mais ainda com a brisa do mar.
Que bom seria o fotógrafo madrugar
E com a primeira luz do dia a raiar
Fotografar o mar esplendoroso, respirando o ar puro, sentindo as ondas
como águas cristalinas aos seus pés a molhar.
As praias desertas é cada vez mais difícil encontrar.
Até as nossas pegadas na areia hoje é difícil deixar.
O Homem sapateia, agride a areia, agride o mar.
O Mar nas noites, escondido do homem, passa o tempo todo apenar
devolvendo o lixo que consegue descarregar.
Cada vez que vejo o Mar fico a me emocionar.
Como pode o Homem destruir o seu próprio lar?