O Homem e o Mar

Sentado sobre as pedras lá no alto do costão eu apreciava o mar.

Era noite de lua cheia que prateava a tudo até aonde ia o meu olhar

O mar sem o vento torna-se silencioso e eu fico a pensar...

As suas marolas até a meia-praia ele deixa chegar

Mas as traz de volta para o seu leito feito um doce lar.

Lá de cima eu escuto o seu versejar.

Eu cresci aprendendo ao mar respeitar.

Ele seria doce feito sempre canção de ninar.

Mas como na vida existe o movimento para a alma voar.

Assim o mar é um sentimento que muda quando começa a ventar.

O Homem descobriu a música ouvindo o canto do mar.

Alimentou o corpo com os frutos do mar.

Saciou a sede de sua alma com as vagas do mar.

Os lábios num longo beijo juntaram-se mais ainda com a brisa do mar.

Que bom seria o fotógrafo madrugar

E com a primeira luz do dia a raiar

Fotografar o mar esplendoroso, respirando o ar puro, sentindo as ondas

como águas cristalinas aos seus pés a molhar.

As praias desertas é cada vez mais difícil encontrar.

Até as nossas pegadas na areia hoje é difícil deixar.

O Homem sapateia, agride a areia, agride o mar.

O Mar nas noites, escondido do homem, passa o tempo todo apenar

devolvendo o lixo que consegue descarregar.

Cada vez que vejo o Mar fico a me emocionar.

Como pode o Homem destruir o seu próprio lar?

Robertson
Enviado por Robertson em 09/09/2013
Reeditado em 12/09/2013
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