Veredas da Humanidade

Assim caminha a humanidade

O pranto na sociedade

disfarçado de vaidade

discreto e inteligente

faz o rico e desaparece o indigente

Assim caminha a humanidade

Que seja venal antes de arte

Que sustente a mídia e a ideologia,

Que se diga culta ou de bom-senso

Que entorpece o homem e seu tempo.

Assim corre a humanidade

Violência é bela de ser ver,

nos telões e nas TVs,

não se mata mais com machado

agora é rápido, não se rompe o silêncio

Assim corre a humanidade

Os diplomados receberam

a clarividência dos deuses do Olimpo,

as palavras dos heróis não podem

ser contraditas por simples mortais.

Assim cambaleia a humanidade

O diferente ainda não é humano,

Ser homem é ser pouco,

é vir, é obedecer aos ancestrais

é não pensar, nem querer ser sábio, é esperar muito do mágico

Assim cambaleia a humanidade

O mundo da publicidade

que mata a diversidade

assassina de culturas

homogeniza todas as estruturas.

Assim tropeça a humanidade

A psicologia que com tudo lida,

aponta o atroz e o certo na vida.

Ensina-nos a lidar com o dia-dia,

mas nesta linha de montagem, com se muda os papéis na vida?

Assim cai a humanidade

Tantas religiões, tantas verdades

um impasse e uma necessidade,

a incumbência de maior amor

apague o pagão, apague a dor.

Assim cai a humanidade

O Homo Sofridius,

sofre o sueco

sofre o Moçambique,

muda somente os porquês.

***

Assim morre a humanidade

Quem sem coragem

se entrega a sociedade

e nos seus defeitos

deixa-se morrer.

Individualmente renasce a humanidade.

Wédylon Rabelo
Enviado por Wédylon Rabelo em 09/09/2013
Reeditado em 03/01/2015
Código do texto: T4474615
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