SANGRANDO 



Placenta descolando.
Sentimento abortado.

Sangra, meu amor,
tudo o que poderia ter sido e não foi...
tudo que se poderia ter feito e não foi tentando...

Sangra, meu amor,
o beijo que quisemos e que de repente esfriou, ficou gelado...
o corpo que quisemos abraçar e nos rejeitou...

Sangram, querido amor,
os sons e as letras de um tempo sem lei e sem resguardo,
de um relacionamento espontâneo, sem medo e cuidado...

E antes que o dia rebente, que o arrebol faça-lhe o parto,
sangrará minha alma de tristeza pelo amor que partiu.
Acenou gentil.
Mas partiu....
Lenço vermelho se agitando na estrada vicinal do meu (des)caminho.

Sangra-me o coração de desalento e saudade.
 




 
* para Aldo Guerra, cujos versos ditaram-me estes.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/389367
 



 
KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 12/04/2007
Reeditado em 08/02/2015
Código do texto: T447237
Classificação de conteúdo: seguro
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