#151 - Vicio
Talvez não haja uma palavra só
Para definir tal sentimento
É bem possível que seja também perda de tempo
Pois a palavra vicia
Antes com pequenas doses
Mas que vai aumentando a cada dia
E cada dia mais se perde
E esse vicio mata, o tempo, o espaço
E nada mais cabe, no dia, na estante
Ele transforma o eterno num instante
O infinito num rascunho, feito a mão, ralando os punhos
Escravo então estás, sem saber onde e como chegou
Impedido de sequer ter a vontade de sair
Vontade para que? Se o mundo esta aqui
Ao alcance das mãos, ao alcance dos olhos
É só se servir, é só repetir
Usa, reutiliza, consome e lá ela continua
Intacta, por entre os dedos a bailar
Implorando mais um trago
Um verso, uma pagina, então o final
E o gosto de quero mais
Que continua a inspirar