O poeta, louco e desvairado

Um pedaço de papel nunca fora suficiente

Para delinear as linhas que seguem a seguir

O poeta, aqui, rindo das mais sarcásticas histórias

Enquanto ouve-se o cair de uma folha sob sua mão

Ela, que já enfrentou grandes batalhas

E, talvez a mais árdua tenha sido a de saber que tem de

Tem de o quê?

Já que isso é... poesia?

Eu, poeta, louco, desvairado, criando enigmas na minha própria imaginação

Nada é

Assim como não deixarei de ser

Não posso soltar meus verbos por aí

Ou... posso?

A caneta continua

Gosta de brincar de sintaxe

Diverte-se sendo minha gramática

Meus presentes, pretéritos, futuros

Minha teia

E eu, claro, poeta, louco, desvairado

Seu aluno

Que os olhos não deixam mentir

Pensando em fazer rimas contestáveis

Porque minha gramática é minha

Meus pronomes, ah, escondidos na ocultação do sujeito

Eu que

Eu que o quê?

Você, poeta louco desvairado

Tirando suas vírgulas

Separando suas abstrações

Você poeta louco desvairado

Transformando o poder

A caneta em suas mãos não para

Não quer calar-se até a última gota secar...

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 07/09/2013
Código do texto: T4471083
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