O LOUCO SOU EU
Eu que sou tão louco
E em tanta loucura vejo tantos campeões,
Que até pergunto, se eu sou mesmo louco?
Parolos e cornos têm sido os maridos traídos,
E os gabarolas do governo
Que fazem promessas e não são cumpridas.
E o louco sou eu,
Sempre o louco sou eu,
Não existe mais louco que eu,
Mesmo vendo as parvalheiras
Que falam os armados em chicos espertos,
Sempre com coelhos na cartola
E perguntas de algibeira.
Ninguém lhes passa cartão a não ser os tolos
Mas sempre o louco sou eu,
E mesmo por verdade que seja uma palavra bem dita,
Sempre o louco sou eu e serei eu.
A sinceridade mede-se por um louco
No alto pensamento da hipocrisia dos charlatões,
Que vivem cobardemente por falsas modéstias
E grandiosos feitos em fachadas onde as riquezas
São a podridão a que a rude vileza e mesquinha
Condição pode abarcar tais ilustres intelectuais,
Porém sempre o louco sou eu, e sempre serei eu,
Porque existem estes que são mais espertos do que eu.
Angelo Augusto