DIAS MAUS

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Estou tão imundo

Que agrido o meu mundo

Eu me sinto tão preso

Entre o raso e fundo

Quebrei as paredes

Com palavras agudas

Desprezei minha bussula

Com suas distancias absurdas

Estou tão imundo

Que duvido da certeza

Duvido da esperança

Curvado numa mesa

Desistir de entender

Desenho rascunhos do que faço

Eu abraço o acaso

Sem descansar nenhum braço

Estou na espera

Parado na janela

Sabendo que eu

Já não sou como eu era

? Onde estão os amigos?

? Cadê a diferença?

? Cadê o remédio

Que cura essa doença?

? Onde está a saída?

? Cadê a presença?

? Cadê a cabeça

Que no momento não pensa?

Estou sem hora de chegada

Estou sem hora de partida

Estou com os pés na lama

Estou com passos de formiga

Estou tão imundo

Com minha imagem distorcida

Com o time na lanterna

Odiado pela torcida

? Onde está aquela voz?

? Cadê aquela vida?

? Cadê os amores

Que nasciam nas escondidas?

Estou tão imundo

Que não guardo segredo

Estou diante de um espelho

Que reflete o meu medo

Sei que os dias são maus

Ninguém levanta mais ninguém

Posso até está imundo

Mas, sei que ainda sou alguém!

RUBENS MONTEIRO DE LIMA
Enviado por RUBENS MONTEIRO DE LIMA em 07/09/2013
Reeditado em 07/09/2013
Código do texto: T4470586
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