Amanhã, Quem sabe?

Deploravelmente dolorosa

A sensação da perda,

Mesmo que minúscula,

Deplorável a ausência

Do ser

De ser

De desistir de ser.

Tudo tão simples

Todavia tão complicado

Ser complicado

O que sou?

Descobri que não

è ser vazio

Mas sim um turbilhão de desejos

Vazios

Insanos

Incoerentes

Inconscientes

O vazio do querer

O vazio do desejo

O vazio do ser.

Nunca somos

Sempre estamos

É assim:

As pessoas passam

Vem e vão

Sem sentido

Tantos desejos ocultos

Tantos sentimentos

Tantos pensamentos

tantos vazios...

Ser e Ter

Se confundem

Além do prazer.

Uma gota d'água

Que cai

Evapora

Tão rapidamente...

Talvez a vida seja assim

Como a gota d'água

Se não houver

Micro organismo

Para habitá-la

Talvez para nada

Ela sirva

Será uma gota

D'água

Sem motivos de ser

E ninguém nunca

Saberá o verdadeiro

Valor!

Tantos planos

Só planos

Encerram-se em planos

Tudo tão diferente

E tão igual

A antes

Tudo fútil

Tudo útil

Inútil?

Talvez, sutil

Frágil

O ocaso do ser

Que vem

Para, talvez, restaurar

O amanhã

De ser ou não ser

O líquido quente

Escorre pelos lábios

Pelo corpo inteiro

Um arrepio que

Vem do âmago

Do Não-Ser

A dor

O alívio da dor

Amanhã, quem sabe?

Alecsandro Amorim Martiniano
Enviado por Alecsandro Amorim Martiniano em 07/09/2013
Reeditado em 24/09/2013
Código do texto: T4470483
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