Amanhã, Quem sabe?
Deploravelmente dolorosa
A sensação da perda,
Mesmo que minúscula,
Deplorável a ausência
Do ser
De ser
De desistir de ser.
Tudo tão simples
Todavia tão complicado
Ser complicado
O que sou?
Descobri que não
è ser vazio
Mas sim um turbilhão de desejos
Vazios
Insanos
Incoerentes
Inconscientes
O vazio do querer
O vazio do desejo
O vazio do ser.
Nunca somos
Sempre estamos
É assim:
As pessoas passam
Vem e vão
Sem sentido
Tantos desejos ocultos
Tantos sentimentos
Tantos pensamentos
tantos vazios...
Ser e Ter
Se confundem
Além do prazer.
Uma gota d'água
Que cai
Evapora
Tão rapidamente...
Talvez a vida seja assim
Como a gota d'água
Se não houver
Micro organismo
Para habitá-la
Talvez para nada
Ela sirva
Será uma gota
D'água
Sem motivos de ser
E ninguém nunca
Saberá o verdadeiro
Valor!
Tantos planos
Só planos
Encerram-se em planos
Tudo tão diferente
E tão igual
A antes
Tudo fútil
Tudo útil
Inútil?
Talvez, sutil
Frágil
O ocaso do ser
Que vem
Para, talvez, restaurar
O amanhã
De ser ou não ser
O líquido quente
Escorre pelos lábios
Pelo corpo inteiro
Um arrepio que
Vem do âmago
Do Não-Ser
A dor
O alívio da dor
Amanhã, quem sabe?