Mistério da noite sangrenta
Doce sangue pútrido de meus entes canibais
Escorre lívido e rubro da minha boca fria
Em seca vertigem cruel agonia
O sangue que nasce das causas fatais.
Na noite que me veste em mais puro cetim
Me encontro envolvido em transe latente
E me invade o frio com força corrente
E eu entro na noite e ela entra em mim.
Eu sinto que sou o que o escuro me traz
Sei o que na noite vive e o que nela jaz
A escuridão que me abala me faz reagir
Na fúria do caos eu me sinto acalmado
Nos braços da sorte vou sendo ninado
E não fujo da morte. Não quero fugir.