Solos gris

O sol vem caindo

tons de rosa e fogo se espalham

sob o cerrado seco

mil galhas cinzas se arrastam

trepidam em mim

O sol se aquieta,

desce sob a serra em fim de tarde

mas a poeira levanta-se

e vermelha encobre a estrada

onde tudo e nada se assemelham

nenhuma nuvem

nenhum vento de chuva

nenhuma vontade de chorar

As terras áridas urram

exalam pó

estalam o cipós a queimar

sob o sol imponente

que se derrama em luz ardente

nenhuma nuvem

nenhum vento de chuva

nenhum canto

nem pouca vontade de chorar

descarrilamos em juremas

atolamos sem água ou lama

São gris os tempos de cá