De néctar & limão cravo

Tivesse um verso o coração indecomposto

jogado ao léu o azul de que sentia,

e posto assim, o além vergasse o fosco

que nem ao céu ao certo se sabia.

Sambassem sopros a língua do silêncio

na exalação aquosa desses dias,

a sussurrar das tranças do incenso

um querubim com olhos de alquimia...

Cálido, porém, o teu grito de protesto

(a carne da minha letra arrastaria)

com os caninos bruscos do teu gesto

fatal, pois que fatal é sempre intenso custo

na tua boca violácea que gemia

o coração gozando o nosso susto.

Vitor Silva

30.08.13