O parque da gente

O frio me fez esconder na coberta

O sol me faz chorar pelos poros

O meteorologista às vezes acerta

Tem sido assim onde moro.

Um dia tomo banho gelado

Noutro somente com ducha quente

O clima anda tão desregulado

E os seres vivos ficando ausente.

O planeta vive de mudanças

Respondendo o ataque sofrido

Estamos perdendo a herança

E o tempo de vida foi reduzido.

Rio que navegava chalana

Hoje não passa uma canoa

O sono não invade mais minha pestana

E a tempestade não vem atoa.

Surpreendemos com grande enchente

Aquele afluente menos lembrado

Quebrando pontes das mais potentes

Deixando bairros todo alagado.

Estamos sofrendo um pesadelo

Com dificuldade até pra dormir

Aquém faremos apelo

E em qual porta irei sair?

O estado sólido das geleiras

Estão dissolvendo no mar

Uma morte certa duma vida inteira

Um triste adeus sem abraçar.

O calor arde na sombra

E seca casca de jatobá

Tem gente que ainda zomba

Do vulcão que acorda lá.

O ecossistema tem sido bruto

Apertando o elo dessa corrente

Leva alma e deixa luto

Destrói o parque da gente.

Francisco Assis é poeta e bombeiro militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 02/09/2013
Código do texto: T4463502
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