Morro e Carrego Minhas Sementes em uma Cesta Espacial

Morro todos os dias,

e um pouco mais desse veneno

ingênuo; gosto ranço de viver,

de recorrer as dúvidas hereditárias.

Morro todos os versos,

continuo do além a rimar

crendices; rezas antigas de joelhos

dobrados pelas esquinas do amanhã.

Morro todas as vidas cotidianas

e vento ventos minuanos

gelados bafos que vem do leste

mas, no agreste a lida predispõe.

Na minha sala de jantar esquifes

tão vazios como meu olhar,

no espelho são côncavos meus devaneios;

convexas insanidades vivenciadas.

Na minha sala de jantar corações

tão vazios de amores doentios

e burburinhos inadequados no botequim

onde a noite devora sonhos sem piedade.

Morro todas as idades antigas,

então regurgito um bocado de vida

caótica como essa dança sideral,

cataclísmica como essa violência universal.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 02/09/2013
Código do texto: T4463355
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