MAQUIAVÉLICO POETA
Delirando em teus braços noite e dia,
como fosse tanto amar minha alegria,
acalentei teus desejos sempre insanos,
a burlar tua ingênua euforia.
Dissimulado minha boca percorria
tua pele aveludada, tão macia.
Meus gemidos adentrando teus ouvidos,
na verdade, neste instante eu mentia.
Fui assim representando meu papel,
encenando e me sentindo tão cruel,
esperando o aplauso irreverente.
Enquanto tu aplaudias persistente,
assanhada, iludida e com ciúme,
apagada, há mil anos-luz do lume.
Saulo Campos - Ana Paula G Moreira - Itabira MG